Gestores, advogados, comerciantes, tanto no que tange lojas físicas ou virtuais, e pessoas que atuam na área jurídica devem estar atentos aos cuidados voltados aos colaboradores da empresa, a fim de impedir a ocorrência de danos morais.
O que são danos morais?
O dano moral é caracterizado como qualquer tipo de ofensa ou violação ligados à ordem moral da pessoa. Ou seja, danos que ferem, de variadas formas, sua liberdade, imagem, saúde física e psicológica, e honra.
Um exemplo importante de dano moral que rende inúmeros processos é o protesto indevido do nome de uma pessoa. Afinal, ela pode ter compras, empréstimos e crédito negado em virtude dele, ou seja, quando indevido, o protesto fere sua liberdade de compra e causa constrangimentos.
Já no ambiente corporativo, os casos mais frequentes que podem acarretar no pagamento de indenização por dano moral são:
- Rescisão indireta
A rescisão indireta do contrato trabalhista ocorre quando o empregador comete alguma falta grave contra o empregado, tais como não cumprir as leis trabalhistas ou o acordado no contrato firmado entre as partes.
Em geral, como a falta cometida pelo empregador afeta o empregado de diferentes maneiras, inclusive moralmente, ao negar férias ou pagamento do salário, por exemplo, junto ao processo para pagamento dos valores devidos, é comum que seja pedida alguma indenização.
- Danos materiais
Os casos de abuso no trabalho que geram despesas diretas ao trabalhador não são raros. Por exemplo, ao ter sua imagem denegrida no trabalho, um funcionário passa a apresentar crises de depressão e pânico e, por isso, precisa buscar por ajuda médica, psicológica etc.
O abuso em si já é suficiente para dar início a um processo por dano moral, e os valores despendidos para pagamento de psicólogos, terapeutas, médicos, compra de remédios e outros podem ser inclusos na indenização a ser paga.
- Danos morais
O processo por dano moral e a busca por uma indenização trabalhista tem como objetivo principal proteger a dignidade humana. Afinal, as relações de trabalho devem ser harmônicas, sem abusos e boas para ambas as partes.
Porém, se o colaborador sentir sua dignidade ferida, tal como seu direito de ir e vir, liberdade, segurança ou saúde, e tiver meios para comprovar essa ocorrência perante o juiz, por meio de testemunhas, gravações e outras evidências podem entrar com o processo por dano moral.
Embasamento legal e o dano moral
É no Artigo 5 da Constituição Federal que estão embasados os processos por dano moral e a legitimidade em exigir, legalmente, que os bens morais de uma pessoa sejam garantidos; e quando violados, são punidos os responsáveis por essa ação.
Vale a pena olhar com atenção cada um dos incisos destacados que compõem o Artigo 5:
- No inciso III, podem ser entendidas como tratamento humano e degradante diferentes formas de humilhação e constrangimento. Logo, é preciso evitar que essas ocorram; e, casos sejam flagradas, punir os responsáveis e colocar-se à disposição da vítima;
- No inciso V está assegurado o direito à indenização, ou seja, o pagamento de determinada soma financeira a fim de reparar o sofrimento causado. A vítima também pode solicitar retratações, o direito de resposta;
- Quanto ao inciso X, é preciso pontuar que, com a popularização das redes sociais, é preciso voltar atenção não apenas ao que ocorre no ambiente de trabalho, mas também fora dele. Afinal, o resguardo da imagem e da intimidade também é um direito.
Como funciona a indenização por dano moral
Uma dúvida comum é em quanto consiste a indenização por danos morais, uma pergunta, aliás, que não possui uma resposta exata.
Assim, se um vizinho quebra o telhado do outro, o valor que ele deverá pagar é referente ao gasto pela reforma realizada, uma conta simples de fazer. Porém, se este mesmo vizinho assedia moralmente o outro, como mensurar esse dano psicológico e moral?
Não por acaso, os processos por dano moral têm suas indenizações determinadas uma a uma. Ou seja, cada caso é um caso, e a vítima pode pedir a quantia que desejar; entretanto, é o juiz que decidirá o valor a ser pago após analisar o caso, as evidências, ouvir testemunhas, etc.
Algumas medidas para evitar a ocorrência de danos morais
No ambiente de trabalho, algumas medidas simples podem ser adotadas para evitar que os colaboradores sofram qualquer tipo de assédio e dano moral, tais como:
- Manter um ambiente de trabalho sempre saudável e respeitoso;
- A gestão deve sempre manter um canal de comunicação aberto aos seus colaboradores e mostrar-se à disposição;
- Realização de reuniões e feedbacks a fim de alinhar a equipe com relação às normas de conduta dentro e fora da empresa;
- Ter um bom time de advogados e apoio jurídico para sanar dúvidas e dar respaldo à empresa e ao funcionário;
- Treinar a equipe de líderes e gerentes para que mantenham uma postura profissional e digna, pois, muitas vezes, os abusos são cometidos verticalmente;
- Nem sempre a empresa está no banco dos réus e não são raros os casos em que funcionários causaram dano moral aos empregadores, por isso, as regras valem para ambos os lados.
Para saber mais e receber orientações jurídicas sobre o tema, a equipe de advogados da FJOGO Advocacia se coloca à inteira disposição para mais informações.
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